Falava-se hoje, na Assembleia da República, que aumentava o fosso entre ricos e pobres.

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Dêem-lhes trabalho. Criem postos de trabalho. Reduzam a carga fiscal às entidades empregadoras. Travem o fecho abismal de empresas, lojas, serviços e comércio no geral.

Não sustentem a malandrice. Não criem nem germinem uma sociedade que vive à custa de subsídios.

Não tens trabalho: dou-te um subsídio de desemprego. Acabou o subsídio de desemprego, dou-te um rendimento social mínimo. Não tens casa, vai pedir à Câmara. Não tens comida, vai buscar às organizações de beneficência, Não tens livros, roupa, calçado, vai ao mesmo que te deu comida.

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É para isto que caminhamos. É nisto que as novas gerações florescem, engordam e assim mirram um futuro digno e louvável.

 O Pessimismo é uma teoria bem consoladora para os que sofrem, porque desindividualiza o sofrimento, alarga-o até o tornar uma lei universal, a lei própria da Vida; portanto lhe tira o carácter pungente de uma injustiça especial, cometida contra o sofredor por um Destino inimigo e faccioso! Realmente o nosso mal sobretudo nos amarga quando contemplamos ou imaginamos o bem do nosso vizinho - porque nos sentimos escolhidos e destacados para a Infelicidade, podendo, como ele, ter nascido para a Fortuna. Quem se queixaria de ser coxo - se toda a humanidade coxeasse? E quais não seriam os urros, e a furiosa revolta do homem envolto na neve e friagem e borrasca de um Inverno especial, organizado nos céus para o envolver a ele unicamente - enquanto em redor toda a humanidade se movesse na benignidade de uma Primavera? (...) O Pessimismo é excelente para os Inertes, porque lhes atenua o desgracioso delito da Inércia. 

Eça de Queirós, in 'A Cidade e as Serras'

É isso: a Inércia!